O crescente envelhecimento populacional tem trazido consequências para diversas economias ao redor do mundo. Além de causar impacto na dimensão econômica, ele também está diretamente relacionado aos aspectos sociais e culturais de inúmeros países, incluindo o Brasil.
Sem sombra de dúvidas, saber que as pessoas estão vivendo mais tempo é uma boa notícia. No entanto, essa nova realidade impõe desafios. Não é à toa que a comunidade científica se dedica a estudar como o envelhecimento da população pode impactar no futuro.
Essa tratativa deve ser uma das agendas prioritárias nas nossas políticas públicas. É fundamental encontrar maneiras de atender às demandas dos idosos, respeitando as peculiaridades dessa fase da vida. Além, é claro, de garantir que a nova pirâmide etária não prejudique os mais jovens.
Ao longo desta publicação, vamos debater a questão. Aqui você encontrará as principais consequências do envelhecimento populacional e as linhas de intervenção mais indicadas diante do aumento da expectativa de vida da população.
Junto à noção de que a demografia está mudando, é esperado que os investimentos públicos repensem o sistema social em suas mais diversas esferas. E para que possamos fiscalizar o andamento dessas linhas de ação, não podemos deixar de ignorar os aspectos a seguir.
Uma das principais causas para o envelhecimento da população é o avanço tecnológico e científico na medicina. Ao longo dos anos, aprendemos a enfrentar com sucesso algumas das enfermidades que outrora diminuíam a expectativa de vida da população. Assim, aumentamos a longevidade.
No entanto, a saúde é uma área que precisa de investimentos constantes para que mantenha seus avanços e conquiste outros novos. O sucateamento do SUS – o Sistema Único de Saúde – e das Universidades públicas vai na contra mão dessa premissa.
Precisamos melhorar a estrutura de atendimento em hospitais, clínicas, laboratórios e demais serviços, especialmente os públicos, que atendem a maior parte da população, seja ela idosa ou não. Além disso, investir na formação de profissionais especializados no tratamento de doenças características da terceira idade deve estar entre as prioridades.
Com o aumento da média da idade, inevitavelmente vemos a camada da população economicamente ativa diminuir. Essa é um tema que preocupa diversos países, incluindo os do chamado primeiro mundo.
Acontece que, no geral, a questão previdenciária ocasiona debates enviesados e que criam saídas alarmistas. Precisamos de mais estudos e de novas soluções que revejam a necessidade de aumento da contribuição do trabalhador ou do tempo de serviço.
Caso contrário, com a precarização da qualidade de vida na juventude em nome de uma aposentadoria segura, podemos visualizar brevemente uma queda na expectativa de vida e uma nova transformação socioeconômica.
Tão importantes quanto a saúde e a previdência social, são as políticas de acessibilidade, atenção e cuidados com a terceira idade. Todo o espaço e as relações, inclusive de trabalho, precisam ser repensadas para melhorar o dia a dia do idoso.
A acessibilidade é fundamental. Cada vez mais, espaços públicos e privados precisam estar adaptados com rampas de acesso, barras de apoio, faixas emborrachadas anti-queda, iluminação adequada e demais itens necessários à integridade física dos idosos.
Quanto aos cuidados e atenção, o mercado já apresenta uma demanda crescente por profissionais e instituições de apoio ao bem estar na terceira idade, isto é, se abre uma janela de oportunidades. Porém, a capacitação de cuidadores é um dos aspectos que não podem ser ignorados.
Frente ao fenômeno inexorável de envelhecimento da população, é imprescindível a consciência da população para otimizar o sistema econômico e social do país. Tendo em vista que essa é uma mudança iminente, o quanto antes adotarmos medidas, melhor. Assim, teremos evidências empíricas de sua eficiência.
No Brasil, os desafios são ainda maiores pois vão além das características demográficas do seu povo. Precisamos de um amplo debate para que a sociedade atue ativamente e defina estratégias que assegurem os direitos básicos de todo o cidadão.
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[…] O envelhecimento é inevitável. O ciclo da vida está sempre ativo e, mais cedo ou mais tarde, os papéis se invertem e são os mais jovens que se tornam responsáveis pelos cuidados com seus pais. Entretanto, nem todos estão preparados para lidar com essa realidade. […]